Qual a importância de iniciativas como esta que potenciam a proximidade entre as comunidades e promovem ações de solidariedade e de responsabilidade ambiental?
As pessoas percebem que é importante proteger a nossa natureza e cada vez mais temos recebido solicitações de voluntariado para projetos de conservação da natureza, como este do Pinhal de Leiria.
Isabelle Poinsot Proença Romão: As alterações climáticas são um tema cada vez mais falado e sentido pelas comunidades. Faz parte do ADN da AMI o ser humano como preocupação central, pelo que, considerando que a saúde não é só física, mas também social e ambiental, a AMI desenvolve projetos para ajudar a preservar o nosso meio ambiente desde a década de 90.
O projeto de reflorestação Ecoética já tem mais de 10 anos e foi direcionado exclusivamente para a recuperação de áreas ardidas quando ocorreram os grandes incêndios de 2017. No caso do Pinhal de Leiria não houve um português que não tivesse ficado emocionado na altura dos incêndios ao ver que 90% da Mata nacional ardeu. As pessoas percebem que é importante proteger a nossa natureza e cada vez mais temos recebido solicitações de voluntariado para projetos de conservação da natureza, como este do Pinhal de Leiria.
O que a motiva a fazer parte desta organização nacional e contribuir para promover uma comunidade mais responsável e solidária?
(..) em conjunto com a sociedade civil e empresas conseguimos enfrentar os desafios e propor soluções para as várias necessidades que abraçam a AMI, tanto ao nível internacional como nacional.
Isabelle Poinsot Proença Romão: Comecei na AMI como voluntária em 2003. Desde 2005, sou responsável pelo departamento de Marketing, que abraça a gestão das campanhas, o fundraising e o voluntariado com empresas.
É muito bom, no final do dia, concluir que em conjunto com a sociedade civil e empresas conseguimos enfrentar os desafios e propor soluções para as várias necessidades que abraçam a AMI, tanto ao nível internacional como nacional. Ao longo destes anos, o sentimento de fazer parte da construção de um mundo melhor e mais sustentável é o que move quem nos ajuda.
Como foi esta experiência de parceria entre a Novartis e a fundação AMI?
-Isabelle Poinsot Proença Romão: A AMI já tinha, no passado, recebido apoio da Novartis em outras áreas. Dessa vez, numa área ambiental e no âmbito da quadra natalícia, a Novartis aceitou o desafio de passar a mensagem de que o pinheiro de Natal se podia transformar numa das 780 árvores que a Novartis "apadrinhou". Mas, além de apadrinhar, desafiámos os colaboradores das empresas (respeitando as medidas ainda em vigor da pandemia) a participar na implementação do projeto na fase de plantação. Para a AMI, é importante integrar os financiadores no terreno.
De que forma é que a participação da Novartis contribuiu para esta iniciativa solidária e para o vosso projeto Ecoética?
(…) terem apostado, ativamente, no nosso projeto será certamente um exemplo que poderá ser replicado por outras empresas igualmente conscientes do seu papel na sociedade e no ambiente.
Gonçalo Asseiceira Santos: A participação direta da Novartis foi muito importante. 780 árvores darão um contributo no resgate de carbono atmosférico. Indiretamente, o facto de terem apostado, ativamente, no nosso projeto será certamente um exemplo que poderá ser replicado por outras empresas igualmente conscientes do seu papel na sociedade e no ambiente.
Em parceria com a Novartis, esta ação permitiu plantar 780 pinheiros e ajudou a reflorestação do Pinhal de Leiria, que ardeu. Considera que as parcerias e a participação de empresas em atividades solidárias são importantes para fortalecer e unificar a comunidade?
Creio que, com o objetivo comum de equilibrarmos o planeta, conseguimos unificar a comunidade e ultrapassar algumas diferenças que nos caracterizam.
Gonçalo Asseiceira Santos: Considero que grande parte das empresas está a tomar consciência do peso que a sua atividade tem no (des)equilíbrio do planeta. É importante agir preventivamente, sensibilizando as empresas para a adoção de melhores tecnologias disponíveis e redução, ao máximo, do impacte negativo das atividades. Quando se atingir esse máximo, é igualmente importante mostrar que há alternativas para mitigar algumas dessas ações negativas (poluentes), nomeadamente o resgate de carbono através da reflorestação, por exemplo.
Creio que, com o objetivo comum de equilibrarmos o planeta, conseguimos unificar a comunidade e ultrapassar algumas diferenças que nos caracterizam.
Recrutar e trabalhar com voluntários que querem participar neste esforço de reflorestação do Pinhal de Leiria é um desafio?
Gonçalo Asseiceira Santos: Sim, é um desafio. O principal desafio é a existência de muitos projetos de reflorestação "idênticos ao nosso".
Existem ainda muitas outras variáveis nessa equação, tais como conseguir que a entidade que tutela as matas nacionais autorize a participação de voluntários, a disponibilidade dos voluntários, a relação entre a deslocação dos voluntários e a pegada carbónica da referida deslocação, gerir expetativas (embora todos queiram plantar árvores, existem outras tarefas anteriores e posteriores, não menos importantes), questões de segurança, bem-estar dos voluntários e acessos ao local. Porém, os voluntários são também uma indiscutível mais-valia para qualquer projeto, não só pelo apoio na concretização, mas também na mensagem que disseminam.